Contextualismo Epistêmico: Curso Intensivo com o Prof. André Fuhrmann (Universidade de Frankfurt)

05 a 26 de março de 2012 (as 3af 14:00 - 18:00)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA

inscrições 13/02/2012 a 05/03/2012

Curso Intensivo com o Prof. André Fuhrmann (Universidade de Frankfurt)
Horário: 3ª f. 14:00 – 18:00 h
Período: 05 a 26 de março de 2012.
Sala 319

Contextualismo Epistêmico

Mais Informações: e-mail: ppgf@ifcs.ufrj.br – www.ppgf.org


Programa:
Em muitos casos, a atribuição de conhecimento tem a seguinte forma:

S sabe que P (no contexto C).

Como o contexto muda, surge a pergunta sobre qual é o efeito dessa mudança nos constituintes da atribuição “S sabe que P.” (Os defensores do ponto de vista invariantista negam que C tenha influência sobre as condições de verdade— em oposição ao valor de verdade—da atribuição.) Muda, com o contexto, o sujeito (epistêmico) S? Necessariamente não: a situação evidencial de S a propósito de P pode ser idêntica em contextos diferentes. Tampouco P deve ser reinterpretado por causa da mudança de contexto. Resta a opção segundo a qual a interpretação da relação de conhecimento é dependente de contexto, isto é, a expressão “sabe que” é de alguma maneira indexical. Expressões indexicais têm sempre duas dimensões de significado, uma genérica, que permanece constante em todos os contextos (o caráter de Kaplan), e outra o significado fixado, mediante a contribuição da informação contextual relevante, a partir da dimensão genérica (o conteúdo de Kaplan). A epistemologia contextualista descreve esta opção da seguinte forma: “S sabe que P” significa genericamente que S tem a convicção verdadeira que P e está numa relação epistêmica suficiente com P. Esse significado genérico torna-se, em um dado contexto, o conteúdo próprio, resultando em uma condição de verdade avaliável, na medida em que o contexto fornece o padrão mínimo para uma relação epistêmica suficiente. A posição esboçada (i) deve ser reforçada através de evidências linguísticas, (ii) defendida contra análises alternativas e (iii) comprovada mediante sua produtividade sistemática. A realização destas tarefas é o objeto principal do curso.
Na ultima sessão do curso será discutida a questão sobre se a análise contextualista de atribuições de conhecimento pode ser estendida à atribuição de obrigações éticas. De acordo com isso, a questão sobre as obrigações éticas de uma pessoa seria dependente de padrões éticos contextualmente pré-existentes. Tendo como ponto de partida uma posição contextualista na teoria do conhecimento, Peter Unger fez uma proposta dessa natureza. Se essa proposta for factível, ficaria claro porque nós consideramos que são mais fortes os imperativos éticos aplicados a pessoas que estão imediatamente confrontadas com miséria ou injustiça evitável do que os imperativos aplicados a pessoas para os quais isto é somente um acontecimento muito afastado (por exemplo, algo que elas veem no noticiário).

Visão geral do curso

1. Introdução (Exposição. O caso do Banco; opções de solução; semântica bidimensional, em geral, e atribuições epistêmicas, em particular; questionamento).
2. Unger: O modelo do cone (1986).
3. Lewis: Conhecimento elusivo (1996).
4. De Rose: Contextualismo, Cap. 2 – As bases do contextualismo na linguagem ordinária.
5. De Rose: Contextualismo, Cap. 3 - Asserção, conhecimento e contexto.
6. De Rose: Contextualismo, Cap. 6 – Agora você sabe, agora você não sabe.
7. Stanley: Conhecimento e Interesse Prático – passagens selecionadas.
8. Unger: Análise Contextual na Ética.


Bibliografia (seleção)

De Rose, K. (1999). “Contextualism: An explanation and defense.” In Greco, J. e Sosa, E. (orgs) The Blackwell Guide to Epistemology. Oxford: Blackwell.
––– (2009). The Case for Contextualism. Oxford: Oxford University Press.
Goldman, A. (1976) “Discrimination and perceptual knowledge.” The Journal of Philosophy 73, pp. 771-791.
Lewis, D. (1979). “Scorekeeping in a language game.” Journal of Philosophical Logic 8, pp. 339-359.
––– (1996). “Elusive knowledge.” Australasian Journal of Philosophy 74 , pp. 549-567.
MacFarlane, J. (2005). “The assessment sensitivity of knowledge attributions.” In Gendler, T. S. e Hawthorne, J. (orgs.). Oxford Studies in Epistemology 1. Oxford: Oxford University Press, pp.197-233.
Rysiew, P. (2009). “Epistemic contextualism.” Stanford Encyclopedia of Philosophy.
Stanley, J. (2004). “On the linguistic basis for contextualism.” Philosophical Studies 119, pp. 119-146.
––– (2005). Knowledge and Practical Interests. Oxford: Oxford University Press.
Unger, P. (1986). “The cone model of knowledge.” Philosophical Topics 14, pp. 125-178.
––– (1995). “Contextual analysis in ethics.” Philosophical and Phenomenological Research 55, pp. 1-26.
Williamson, T. (2005). “Contextualism, subject-sensitive invariantism and knowledge of knowledge.” The Philosophical Quarterly 55, pp. 213-235.
Wright, C. (2005). “Contextualism and skepticism: Even- handedness, factivity, and surreptitiously raising standards.” The Philosophical Quarterly 55, pp. 236-262.

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